O que é a seriedade? A rectidão? A idoneidade? A indubitável probidade que um cargo público exige?
Não o sabemos, nem o podemos saber perante o degradante espectáculo que nos é dado todos os dias nos corredores da Assembleia da República e no seu hemiciclo. Atiram-nos areia para os olhos todos os dias, desprezam o discernimento dos portugueses, fazem-nos promessas vãs, mentem-nos descaradamente. Senão vejamos, a título de exemplo, estamos perto da recessão, muito perto, e o Governo prevê um crescimento para 2011 de 0.2% do PIB, enquanto instituições triviais, não prestigiosas, como o FMI e a Universidade Católica, apontam para resultados negativos, isto é, o país vai entrar em recessão, menos no Terreiro do Paço.
E perante esta cambada utilitária, especuladora, usuária quem sofre e aperta o cinto é a triste plebe. Ela atura, ela aguenta, ela paga, mas o pior é que ela consente. E quais são os benefícios? Um Serviço Nacional de Saúde medíocre, serviços públicos caóticos, uma previdência social perto do colapso, um TGV até ao Poceirão. É este o nosso Estado Social. Pelo menos podemos respirar de alívio pois temos uma proposta de Orçamento de Estado que o defende entusiasticamente, segundo o Eng. José Socrates. E uma forma adequada de garantir os serviços e de protecção à população através de políticas regulamentares da vida social e económica? Isso não há por cá. Contudo, no meio do azar de partir uma perna, podemos ter a sorte de a partir em Espanha e temos ambulância em cinco minutos, que nos transporta para uma urgência a poucos quilómetros de distância e onde somos atendidos num curto espaço de tempo. O país de nuestros hermanos vai-se transformar no paraíso em que todos quererão ter um acidente.
Os direitos económicos, sociais e culturais que perfazem o nosso Estado Social, são direitos “na medida do possível” por incumbência constitucional, ou seja, estão sujeitos à afectação de recursos dos cofres do Estado. Ou seja, estão na recta final da sua existência. A única solução é o célebre Tiririca (“Piô qui tá na fica!!!”) para manter isto no mau ponto em que está antes que desabe de vez. Podíamos convidá-lo para exercer o cargo de deputado do nosso Parlamento ou oferecer-lhe um cargo governamental onde não existem perguntas pouco pertinentes acerca da formação dos seus membros, tais como: sabe ler ou escrever? Aliás, a pergunta mais adequada para o nosso elenco governativo seria: sabe fazer alguma coisa?
Dizem, e é bem verdade, que é nos momentos de crise que se cresce, mas já chega de bater com a cabeça no tecto!
Esquecito
3 comentários:
Ehehehe! Nice!
Mas não chega perguntar se sabem fazer alguma coisa. Com os padrões actuais, não saber fazer nada é lugar garantido para essa gente.
Gostei do "cambada utilitária"!
Tás lá
http://i.imgur.com/CDhKV.jpg
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