Recomeçaram ontem em Leiria os interrogatórios aos 6 suspeitos detidos na operação “Máfia do Oeste”, no Bombarral. O que trouxe para a ordem do dia a velha questão sobre o estabelecimento da máfia no nosso país. À primeira vista parece um completo absurdo, pois numa breve pesquisa na Wikipédia conseguimos perceber que máfia é uma organização criminosa tentacular, que é dirigida e coordenada por um órgão colegial oculto. E uma organização, independentemente do seu objecto, que funcione bem, com coesão, comandada directamente por uma direcção colegial em Portugal é algo impensável.
Mas o que é facto, é que contra os senhores detidos incorrem suspeitas de associação criminosa, burla qualificada, branqueamento de capitais, receptação e furto de veículos. Mas para formar uma organização bem coordenada que levasse a cabo estas actividades teve que ser contratada mão-de-obra estrangeira grandemente qualificada, já que dos 6 detidos 4 eram italianos e só 2 portugueses, e só estes últimos foram libertados na sexta-feira, para que se afira da extrema qualidade dos primeiros. A premissa para este tipo de actividade chegue ao sucesso é simples: tal como os sapatos, Itália também detém os melhores mafiosos do mundo. Contudo, não podemos menosprezar o produto nacional, pois temos óptimos sapatos no vale do Ave e bons mafiosos em S. Bento.
Note-se que esta última comparação não passa de um delirante eufemismo. Com efeito, não sei como me passou pela cabeça fazer uma analogia entre o estado da política nacional e uma organização de corruptos mafiosos. Desde logo, não se trata de uma grande família, com muitos filhos, dezenas de sobrinhos, não faltando os primos e afilhados e onde com um acordozinho ainda se dá a mão aos enteados. Uma grande e feliz família onde todos recebem uma percentagem dos frutos de umas negociatas encobertas consequência de um campo alargado de extorsões e de contribuições dadas por debaixo da mesa para se obterem uns favorzitos. A esta família juntam-se outras, por vezes envolvem-se em disputas, mas normalmente elas cooperam entre si em busca de lucros mais vantajosos. O compadrio não existe na política portuguesa, nem são utilizados métodos pouco ortodoxos para a obtenção de benefícios. Podemos dar graças à divina providência por estarmos entregues nas mãos de políticos idóneos e que agem de acordo com a integridade das suas consciências. Ou não será assim? Agora fiquei confuso..
Cá para mim, máfia só nos filmes e no Bombarral!!!
4 comentários:
É chamar o Duarte e Co. para acabar com esta bandalheira!
Olha que a família de S.Bento ainda te convida para um passeio de barco no Tejo e tens um acidente estranho ....
É bem jovem... Estás cada vez melhor :)
Tenho de ter cuidado.. O Al Capone era um menino comparado com esta cambada..
Realmente não há comparação possível entre S. Bento e a Máfia...
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