quarta-feira, setembro 07, 2011

Pessoas fáceis...

É uma expressão comum. Muita gente a usa. Ganhei consciência que à medida que caminho para velho cada vez sou menos “fácil”. Não é um “fácil” de ser oferecido para as mulheres isso somos todos nós, os homens, quando bebemos umas “jolas” a mais. Sou é cada vez menos “fácil” de aturar socialmente. Tenho noção disso mesmo e não me arrependo. A vida é, foi e será cada vez mais agressiva e dura connosco para que não tenhamos desenvolvido as defesas necessárias para lidar com esse facto.
Antigamente éramos amigos de toda a gente. Toda a gente ligava para uns e outros para cafés e afins. Mas o cenário mudou. Á medida que vamos guardando mágoas de este e daquele deixamos de ligar para as mesmas pessoas. Estou longe de ser perfeito e claro que também erro. Tento sempre deitar tudo para trás e seguir em frente. Ligar para quem não me liga a mim e procurar saber se está tudo bem, com ela e familiares, mesmo que isso demore algum tempo. Gostava era de reciprocidade.
A semana passada reparei num facto curioso: conversar com um amigo de longa data. É impressionante a amabilidade de quem já foi nosso melhor amigo no passado. A disponibilidade que demonstra para estar connosco nem que seja num jantar previsto para um futuro incerto. Ter um amigo desses é de dar valor. E eu dou. Um amigo destes vale tudo. Vale fazer um par de centenas de quilómetros para umas horas de boa disposição e vinho.
Hoje é tudo “social”. Facebooks e stuff like that. “Pá estás chateado? É que não tens feito likes nas minhas músicas e andas com o chat desligado (…)”. Poupem-me! Que tal pegar no telefone e ligar? Não? Sabes lá tu…”pá” o que vai na minha vida. Por vezes tanta coisa junta que não é em SMS’s ou Viber’s que se explica o que nos vai na mente e como nos sentimos. A aparência é tudo. Se o gajo que passa em frente á esplanada é Dr., tem um bom carro e paga os jantares da confraria com um gold card é sinal que não tem problemas e para elas até pode ser o portador de um pénis de dimensões acima da média.
Ora fodasse! E o gajo que trabalha que nem um preto (Eduardo dos Santos desculpa lá), chega a casa fodido que teve um dia de merda e ainda por cima em lugar de ter aceite um convite para um jantar da confraria vai comer uma lata de feijão “fradinho” com atum para ter dinheiro na conta e não ter de pagar juros TAEG? Esse não interessa queres ver? Pá…não respondas que não é preciso. Era só para ver se estavas atento.
Por tudo isto e muito mais não sou “fácil”. Tenho uma vida boa (e não uma boa vida) e faço por isso. Ligo a quem quero e à hora que quero. Sei quem são os meus amigos e estou-lhes grato pela paciência que trocamos em doses nem sempre iguais para ambos.
Agora preciso regressar ao que estava a fazer para sair cedo e comprar o Atum…

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